Quais foram os impactos do aumento de conexões digitais em 2020?
A pandemia da covid-19 trouxe a necessidade de distanciamento social, elevando a busca por maneiras de comunicação e trocas de informações no meio digital. Esse fato impactou nos hábitos sociais e em diversos setores da economia brasileira, e no tráfego de internet não foi diferente.
A internet é um dos principais meios de troca de informações e dados no país. Neste ano, o ponto de troca de tráfego do Internet Exchange (IX.BR) registrou a maior curva crescente desde o ano de 2014, passando de 11 Tb/s na segunda quinzena de março.
O aumento no pico de tráfego foi observado já no início do período de quarentena, em 18 de março, quando chegou a 10 Tb/s de pico, de acordo com a IX.BR. Na semana seguinte, em 23 de março, alcançou a marca de 11 Tb/s de pico de tráfego.
Principais motivos do aumento de tráfego
O aumento do tráfego de internet no Brasil teve diversos fatores, desde as empresas que adotaram o home office até as escolas e outras instituições de que passaram a ministrar apenas aulas a distância.
Os setores do comércio também sofreram o efeito do distanciamento social e contribuíram para que mais pessoas realizassem suas compras acessando à internet por redes pessoais.
E mais:
– Crescente número de videoconferências
– Maior demanda para a prestação de serviços digitais
– Fluxo de pedidos via smartphone para delivery
– Aumento do uso de serviços streaming
– Alta nas transações de comércio eletrônico
– Telemedicina
Qualidade da internet
A qualidade da internet vem sendo observada de perto desde o começo da pandemia, mas a maior preocupação até o momento é garantir a continuidade do funcionamento dos serviços essenciais, como os de saúde e segurança públicas.
Uma das medidas para reduzir o impacto da pandemia no tráfego da internet foi firmada entre a Anatel e as empresas provedoras de serviços pela internet. O compromisso público, divulgado no dia 20 de março, foi criado para manter o Brasil com conexão durante a pandemia.
Como funciona o tráfego de internet?
A internet brasileira funciona por meio de redes interconectadas e espalhadas que obedecem aos mesmos protocolos e se interligam. As redes, que se conectam entre si, funcionam por meio do protocolo TCP/IP, o modelo de comunicação com base no endereço do Internet Protocol (IP).
O IX.br é a instituição responsável pela implantação e operação de Pontos de Troca de Tráfego na Internet (PTTs) em regiões metropolitanas do país. Sua cobertura abrange 33 localidades.
São Paulo é o principal PPT do país, para se ter ideia, no começo da pandemia, o estado alcançou 8,10 Tb/s de tráfego de internet de um total de 11,4 Tb/s que passaram pelos PPTs em todo o país.
Já as empresas de telefonia são os provedores responsáveis por oferecer o acesso à internet, no Brasil e no mundo.
Quem monitora o tráfego de internet no Brasil?
O Sistema de Medição de Tráfego (SIMET) é uma das iniciativas do Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações (Ceptro.br) para medir a qualidade da internet brasileira, de maneira independente, contribuindo ativamente com informações para melhorar as redes dos provedores de acesso.
Os dados coletados são divulgados semanalmente no site do Ceptro.br, que desenvolve, além do SIMET, outras iniciativas e projetos para melhorar a infraestrutura da internet no país.
O relatório divulgado pelo Ceptro.br, no dia 9 de abril, demonstrou que os efeitos da pandemia não haviam refletido na qualidade da Internet no Brasil de maneira significativa.
Embora em algum momento a velocidade de download e latência possam ter oscilado, não houve problema sistêmico na rede, de acordo com o Ceptro.br.
Mais informações sobre o relatório do Ceptro.br podem ser consultadas em:
https://nic.br/publicacao/influencia-da-covid-19-na-qualidade-da-internet-no-brasil/.